O PODER DA ESCOLHA

“Você é livre para fazer suas escolhas, mas é escravo das consequências”.

Pablo Neruda

escolher

Escolher: identificar e renunciar

Escolher implica identificar a conexão entre o meu desejo e a realidade. Envolve também renunciar, rejeitar, excluir. Tendemos a escolher aquilo que parece mais próximo e agradável diante do nosso filtro de julgamentos, afastar o diferente e ser neutros em relação ao que nos é neutro.

Parece óbvia esta constatação. Mas nenhum de nós gosta de ser rejeitado. Todos buscamos ser aceitos e amados. Somos aceitos quando, de alguma forma, nos adaptamos. Somos rejeitados, normalmente, quando destoamos. A neutralidade pode tender à flexibilidade – e aceitação – ou à exclusão por não-identificação.

O tempo todo filtramos e somos filtrados. Escolhemos e somos escolhidos. Pertencemos ou caímos no vazio da solidão. E o que temos de mais evidente que nos coloca nessa situação? A comunicação.

 

Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!

Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!

Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.

É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.

Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…
e vivo escolhendo o dia inteiro!

Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.

Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Cecília Meireles

 

Comunicação como nosso maior instrumento

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O que nos coloca em evidência é o fato de sermos comuns. Colocar-se comum é o papel da comunicação em nossas vidas. No comum, percebemos semelhanças e distinguimos diferenças. É aí que entram os imãs da aceitação e rejeição e a neutralidade que fica sem-lugar.

 

Comunicação Não-Violenta (CNV)

Na comunicação não-violenta (CNV) resgatamos o que temos de comum, de semelhante. Isso nos une. As diferenças devem ser aceitas e toleradas, mas perceber-se como o outro nos ajuda a ter empatia e nos fortalece, facilitando a abertura de canais, a comunicação sem filtros e o auxílio do outro a sair de sua dor, sem julgamento.

 

 

Tudo é condicional

Eu sempre fui utópica e desejei um mundo sem preconceitos e julgamentos. Achava que assim, todos seriam mais felizes. E talvez sim, se isso fosse possível. Mas pensando com os pés no chão, hoje compreendo o lado bom da rejeição: clarificar o fato de que não seremos aceitos em qualquer lugar ou por qualquer pessoa, bem como a possibilidade de dizer não àquilo ou àqueles que nos fazem mal, é importante e diz de nós.

A escolha denota a nossa identidade e onde queremos chegar. A ingenuidade atrapalha as nossas escolhas, fazendo-nos igualar questões desiguais, borrando espaços e perdendo contornos.

Se compreendermos que tudo é condicional, limitado e temporal, aprendemos a lidar com a não-garantia, com a frustração da perda e da rejeição. E, mesmo que isso pareça muito cruel, também é preciso uma boa dose de realidade para viver bem.

 

Próximo treinamento: Comunicação Eficaz no Terceiro Setor”

Próxima 3a feira, dia 25.10, sobre “, das 09h00 às 17h00, na JGA Treinamentos (Rua Tupi, 118, 1o andar, cj. 12 – Santa Cecília).

Para maiores informações, favor acessar o link:

http://www.jgatreinamentos.com.br/comunicacao-eficaz-terceiro-setor

 

Grande abraço,

 

Cristina Monteiro – Psicóloga, Psicopedagoga, Orientadora Profissional e de Carreira e Coach. Escritora (crônicas literárias, artigos acadêmicos e profissionais). Atende na Clínica com Psicoterapia (enfoque psicanalítico) e Coaching em Resiliência (vida e carreira), ministra palestras e treinamentos comportamentais em nome de sua empresa (Ponto de Palestras e Treinamentos). Escreve semanalmente neste blog. Acompanhe.

Contato: crifmonteiro@gmail.com

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