O sentido do trabalho para mim

Meu biscoito da sorte de hoje me disse:

“Sua mente é alerta, analítica e prática” – bingo!

 

Olhando para dentro

Numa reunião, assim como em muitas conversas informais, eu volto a escutar: “Você já fez e ainda faz tanta coisa… O que você realmente quer (profissionalmente)?”. Sim, já cursei Psicologia, Psicopedagogia, Coaching em Resiliência, Psicanálise, Orientação Profissional e agora Pedagogia…

E eu, ali ouvindo, continuo a crer que tudo tem algum sentido alicerçado… Nunca tirei o foco do ser humano, das relações, seja na educação, na clínica, na instituição social, na empresa… E sempre revendo a questão do ambiente como potencial para nossa evolução ou a quebra: analisando como as relações se estruturam, como elas possibilitam ou desestruturam aqueles que estão ali envolvidos.

 “E agora José?” – Foi a pergunta que me foi feita então.

Olhando para trás, revendo minhas monografias (faculdade, pós-graduação) e meu percurso de trabalho e estudo, sempre de muita busca, de muitos caminhos, que às vezes se cruzam outras nem tanto, eu consigo costurar uma linha que me guia: a função daquela pessoa que cuida, educa ou orienta na relação (seja a doula no parto humanizado, o educador que autoriza o educando a aprender e a ter autonomia) e isso me auxilia a nomear o meu objeto de trabalho hoje:

“Trabalhar a resiliência enquanto equilíbrio do ambiente (meio e pessoas) tendo por foco a figura central (educador, cuidador, líder-coach), como aquele que será responsável por fazer fluir o equilíbrio do grupo”.

 

Resiliência: indivíduo ou grupo

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 Muitos sabem que já trabalho com a resiliência numa abordagem individual (coaching, e mesmo terapia, psicopedagogia e grupo de carreira), mas agora também me atenho àquela figura central vai poder expandir para o grupo, como num grupo operativo de Pichon Rivière:

“Para Pichon-Rivière, saúde mental e aprendizagem são sinônimos na medida em que há uma apropriação ativa da realidade que integra uma experiência nova e um estilo próprio de aprender. Neste sentido, acredito que a técnica de grupos operativos, e os pressupostos que a subsidiam, possa auxiliar o psicólogo e o psicopedagogo no sentido de poder (re)pensar o papel da aprendizagem numa nova ótica, a importância da coordenação e da atuação em grupos em direção à promoção de saúde e, consequentemente, às possibilidades de mudança de seus integrantes diante das respectivas dificuldades e conflitos.” (BASTOS, 2010)

 

Influência da sabedoria russa

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Certa vez, envolvida num grupo de trabalho de filosofia de vida oriental, fixei que Gurdjieff defendia que “o conhecimento deve ser preservado por pequenos grupos, porque se um pequeno grupo de homens pudesse concentrar uma grande quantidade de conhecimento, os resultados seriam maiores e melhores. Isto porque, se uma quantidade definida de conhecimento for distribuída e assimilada por milhões de pessoas, cada uma receberá uma dose tão pequena, que o efeito sobre suas vidas será nulo e não modificará em nada a sua compreensão das coisas. Por exemplo, se, para dourar objetos tomamos certa quantidade de ouro, teremos que saber o número exato de objetos que esta quantidade permite dourar. Se dourarmos um número exagerado de objetos, cada um deles receberá tão pouco ouro, que não estará dourado, e assim fazendo, teremos desperdiçado o nosso ouro. A distribuição do conhecimento se baseia em um princípio análogo. Se tivéssemos que dar conhecimento a todos, ninguém receberia nada”.

Não se trata aqui de privar conhecimentos de pessoas. Mas existem aqueles que estão como foco das relações, seja por ser chefe, dono, educador, cuidador, enfim, mas ele é o centro e, por isso, precisa saber lidar com este poder de maneira sábia.

E, para isso, vou trabalhar com aqueles que efetivamente querem se rever, retomar as rédeas das relações ou mesmo distribuí-las para os demais, para que cada um possa pegar a parte que lhe cabe.

Para isso, buscarei proporcionar reflexões e questionamentos que visem identificar os aspectos vitais num comportamento social que lhe proporcionem uma autoanálise, referente a: não-exclusão, aceitação e valorização (seja no trabalho, nos relacionamentos de amizade ou amorosos) do indivíduo em relação ao seu meio, e trabalhar aqueles que tiverem que ser desenvolvidos.

 

E então, você está disposto a começar 2017 com esta meta de se rever? Em breve, quiz de autoanálise de resiliência (ainda em elaboração).

 

Referências:

ALAGEMOVITS, S. As grandes entrevistas impossíveis: O Espantoso Gurdjieff. SHANTI, Uma informação aos homens de ao vontade. Emoção X Desempenho Profissional, Ano II, n. 15. 2008. Disponível em: <http://revistashanti.com.br/revistas/Shanti_15.pdf>, acesso em 12.01.2017.

BASTOS, A. A técnica de grupos-operativos à luz de Pichon-Rivière e Henri Wallon. Disponível em: <http://pepsic.bvsalud.org/pdf/psicoinfo/v14n14/v14n14a10.pdf>, acesso em 12.01.2017.

 

Grande abraço,

 

Cristina Monteiro – Psicóloga, Psicopedagoga, Orientadora Profissional e de Carreira e Coach. Escritora (crônicas literárias, artigos acadêmicos e profissionais). Atende na Clínica com Psicoterapia (enfoque psicanalítico) e Coaching em Resiliência (vida e carreira), ministra palestras e treinamentos comportamentais em nome de sua empresa (Ponto de Palestras e Treinamentos). Escreve semanalmente neste blog. Acompanhe.

Contato: crifmonteiro@gmail.com

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