OLIMPÍADAS: RESILIÊNCIA ALÉM DA VITÓRIA

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As olimpíadas estão chegando… E a gente está ali: na garra, na torcida pela vitória. É pela vitória que vibramos, que nos animamos. E o que essa vitória diz de nós?

 

Resiliência no esporte

A resiliência no esporte que viveremos por meio das Olimpíadas envolve a questão da sobrevivência, da superação, de transcender limites pessoais (vencer a si mesmo), de vencer o outro (competitividade), de sentido da vida (sentido de pertencimento, de representar a nação em seus momentos de vitórias e derrotas).

Expressa-se também por meio da objetividade e do foco, apesar das adversidades. Inclusive, as adversidades são vistas por muitos atletas como estímulos à competição, e não como empecilhos, como costumamos lidar em nosso dia a dia. Além do foco, o trabalho interno com autocontrole e autoconfiança.

Tal fenômeno revela a importância das noções de análise de contexto (saber quanto os elementos do ambiente influenciam para derrotas e vitórias) e de visão sistêmica (integração entre as partes e a interdependência dessas num todo). Isso ocorre ao longo do treinamento diário de um atleta e no decorrer de uma competição, fortalecendo os esforços de todos os envolvidos: a importância do técnico, dos feedbacks, das correções, das refacções.

 

Como treinar resiliência?

Todos nós já fomos crianças. A criança tem um jeito mais criativo, leve e curioso. Ao nos tornarmos adultos, tendemos a perder esses traços e nos tornar mais reativos, temerosos e preocupados. É preciso retomar o espírito infantil de viver bem, saudável e leve.

É possível manejar nossa resiliência, por exemplo, espelhando-nos em pessoas que têm este tipo de visão de mundo, como os atletas ou mesmo os empreendedores. Eles apresentam um modo de ver a vida mais leve e positivo que supera as expectativas por considerar valiosas as derrotas e as vitórias. De não se ater e não se determinar pelos resultados do ambiente, mas pelo resultado que ele deseja obter a qualquer custo. De não considerar um erro um fracasso total. De não ter vergonha. De não desistir. De não se omitir de nada. De retomar. De superar. De vencer.

Se os modelos não forem suficientes, há outros modos de treinar a resiliência. Terapias, coachings, entre outros treinos podem ajudar nesse processo. Até porque a figura de autoridade nos ajuda a nos orientar para o nosso desejo e retomá-lo a todo instante. Mas o mais importante é o desejo: e você, quer o que deseja? Do que terá que abrir mão para conseguirmos o que queremos? O que é preciso fazer para ser mais resiliente?

 

Ter resiliência é sinônimo de ter sucesso?

Não existe segredo, nem mesmo uma receita… Mas para adquirir resiliência certamente é preciso abrir mão de alguns repertórios de comportamento para adquirir flexibilidade frente à vida. Abrir mão da imagem que temos de nós mesmos e da imagem que acreditamos que os outros têm de nós. Aceitar o vazio do não saber a cada instante. Deixar de lado as certezas e agir. Estar disposto a lidar com as descobertas, sejam elas sucessos ou fracassos. E aceitar que todas elas dizem de nós, mas não nos definem.

Acredito que ver a superação nas alternâncias entre derrotas e vitórias de um mesmo atleta ou de uma equipe nos ajude a retomar o nosso sentido de vitória.

 

Grande abraço,

Cristina Monteiro – Psicóloga, Psicopedagoga, Orientadora Profissional e de Carreira e Coach. Escritora (crônicas literárias, artigos acadêmicos e profissionais). Atende na Clínica com Psicoterapia (enfoque psicanalítico) e Coaching em Resiliência (vida e carreira), ministra palestras e treinamentos comportamentais em nome de sua empresa (Ponto de Palestras e Treinamentos). Escreve duas vezes por semana neste blog (segundas e quintas-feiras). Acompanhe.

Contato: crifmonteiro@gmail.com

 

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