Resgatando a resiliência no processo de coaching

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Nos tempos pós-modernos, vivemos o desenraizamento do sujeito e a perda de si frente a valores e rumos. Segundo Zygmunt Bauman, vivemos os chamados “tempos líquidos”. Alguns tentam salvar-se colocando objetivos pessoais e correndo atrás deles numa corrida insana. Outros, deixam-se levar pela maré para ver até onde vai a correnteza coletiva. Outros ainda, paralisam: têm objetivos, mas não conseguem chegar até eles. Ficam num abismo entre o “eu” e o objetivo, num mar de subjetividades vazias que beiram o pessimismo, o excesso de críticas e o desânimo. Inclusive os próprios profissionais que buscam e vendem a resiliência para a vida – psicólogos e coaches – muitas vezes encontram-se aprisionados nessa situação. O que fazer?

Vamos então resgatar o conceito de resiliência em uma visão mais elaborada do tema.

Resiliência pode ser compreendida como uma postura positiva e equilibrada diante das ações: uma conduta que possibilita adaptação, sobrevivência e, quiçá, a transcendência. Essa postura envolve um equilíbrio entre aspectos subjetivos e objetivos, elevando ao grau máximo a objetividade e reduzindo aspectos referentes ao ego (nossas crenças limitantes ou crenças que nos levam a um imaginário pouco permeado de concretude e realidade). Em outros termos: é estar com os pés no chão para a ação, com o melhor comportamento exigido para aquela situação.

Em termos profissionais, o que acontece é que com a aceleração do trabalho, a execução foi destacada da liderança. Ou ficamos numa posição de liderança ou ficamos presos à execução. E tal desencontro, assim como aconteceu com nossos valores, nos fragilizou. A liderança sem execução perdeu a voz. A execução sem liderança perdeu o rumo. Um coach precisa resgatar o encontro entre liderança e execução, de tal modo que consiga ser um líder de si mesmo e auxiliar os que o procuram (coachees) a serem líderes de seus projetos pessoais e com controle emocional.

A relação “coach” e “coachee” concentra, em si mesma, autoridade e autonomia, com confiança mútuas e objetividade em foco. E, para isso, precisa de todo esse movimento: o coach resgatando a si e assistindo o coachee a resgatar-se também. Essa junção de conexão e continuidade, em constante inovação, será a base da resiliência e das novas ações, pautadas em novas crenças construídas conjuntamente.

CrisM.

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