SABER COMPETIR: ONDE RESIDE O NOSSO BRILHO

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Há pessoas que adoram competir. Vibram por serem melhores que outros e não desistem nunca desse objetivo. Outras preferem os caminhos paralelos, para poderem andar calma, no seu ritmo e não estarem rodeadas de semelhantes.

E eu questiono: será possível não competir? O que a competição nos traz?

 

Competir não é uma questão de escolha

Para competir é preciso seguir as mesmas regras, colocar-se no mesmo patamar, aceitar a possibilidade de derrota e reconhecer-se vitorioso ou perdedor naquele âmbito.

Ter ou não ter êxito, eis a questão! E o que fazer quando o fracasso se revela para nós? Negar, fingir que não viu, culpar as circunstâncias… Os verdadeiros campeões fitam-se diversas vezes no espelho e reconhecem seus inúmeros defeitos buscando incessantemente a perfeição.

De seres comuns, passam a “narcísicos”. De “narcísicos”, aperfeiçoam-se e destacam-se entre os comuns ao se tornarem incomuns, heróis, vitoriosos… Dura um milésimo de segundo a comemoração. E então? Voltam à vala comum, de onde todos viemos.

 

Será possível, ou mais saudável, apenas cooperar?

Cooperar também nos coloca numa vala comum diante de um objetivo comum. Aqui o importante é somar forças. Mas como não somos todos iguais, há um limite que nos separa do diferente: é onde termina a cooperação e entra a competição, inevitavelmente.

Onde termina a equipe, o grupo, surge o estranho. E o estranho tende a ser afastado. Com isso, isolamos partes de nós mesmos que nos revela apenas o reflexo de nosso mundo protegido e ficamos presos à margem de nossa ignorância.

Fechar-se no mundo da cooperação é isolar-se, negar a realidade, apequenar-se, não compreender o contexto, as falhas do ambiente que nos constituem dentro e fora, que, primitivamente, fez-nos humanos.

 

Competição, narcisismo e reconhecimento

Este movimento – competição, narcisismo e reconhecimento – ou fora, dentro, fora – confere-nos vida. Permite-nos questionar, melhorar, aperfeiçoar, comparar, discutir, reconhecer falhas e acertos, retomar.

Um verdadeiro guerreiro se faz nesse movimento: de comum passa a incomum. E retorna à origem para compreender-se pleno. Não se basta, nem existe do seu próprio lado.

A competição é inevitável. Exige de nós e do outro. Lembra-nos que antes de sermos indivíduos (unos) somos seres sociais (integrantes de um todo).

 

Nosso brilho só existe porque somos parte-todo

É preciso competir para fazer parte do jogo da vida, nem que seja numa competição interna, numa busca pela melhoria, pela transcendência, pelo êxtase das nossas vitórias mais primordiais.

Mas isso não ocorre num corredor paralelo, lá onde há apenas sombras, onde não é possível brilhar.

Não nos enganemos: nosso brilho é revelado pelos outros, porque foi aí que ele nasceu.

 

Grande abraço,

Cristina Monteiro – Psicóloga, Psicopedagoga, Orientadora Profissional e de Carreira e Coach. Escritora (crônicas literárias, artigos acadêmicos e profissionais). Atende na Clínica com Psicoterapia (enfoque psicanalítico) e Coaching em Resiliência (vida e carreira), ministra palestras e treinamentos comportamentais em nome de sua empresa (Ponto de Palestras e Treinamentos). Escreve duas vezes por semana neste blog (segundas e quintas-feiras). Acompanhe.

Contato: crifmonteiro@gmail.com

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