Fé, felicidade, integridade e propósito

Muitas pessoas se tranquilizam em acreditar que Deus criou o ser humano.

Mas o que me intriga é saber como o ser humano cria Deus.

Lama Segyu Choepel Rinponche

 

Cuidados Integrativos e Saúde

Aproveito para compartilhar com vocês um pouco sobre como tem sido a minha experiência de acompanhar a importância dos cuidados integrativos para a saúde mental.

Comento aqui alguns pontos da palestra do Lama Segyu Choepel Rinponche concedida no Hospital Sírio Libanês na última sexta-feira (01/11/2019).

Segyu iniciou seu relato com a definição de saúde pela OMS: saúde como o bem-estar na unidade bio-psico-social-espiritual.

Para ele, nós ocidentais, estamos muito focados apenas no biológico. Recentemente começamos a conectar questões somáticas (corpo) com psíquicas e então passamos a compreender melhor as doenças mentais. A questão do social envolve nossas relações com família, amigos, sociedade (cultura) e meio-ambiente. Já o aspecto espiritual está muito pouco explorado ainda em nossa cultura ocidental.

O lama nos concedeu uma definição de espiritualidade bastante sintética e interessante: espiritualidade é um estado superior de consciência que tem um fator importantíssimo dentro do quadro médico (saúde).

 

Saúde numa visão holística e integrada

Para ele, a bem como a felicidade são fatores mentais e a sua prática envolve verificar a qualidade da realidade que a pessoa absorve e como isso afeta a qualidade mental de modo saudável. Ter consciência disso é algo que toma tempo (não é intelectual, como pensamos), e tem que ser supervisionado por outra pessoa que tenha essa qualidade mental.

Tal concepção de saúde é holística e engloba mente, corpo e energia (constituição sutil).

A energia muitas vezes é bloqueada pelos nossos padrões de comportamento pautados em nossos padrões mentais que corrompem e sabotam nossa vida. Então, ao desenvolver essa energia, estimulamos a sensitividade e consciência superior, libertando-nos da visão egóica que quer controlar a realidade. Assim, para se atingir um bom nível de energia boa é preciso cuidar da mente.

Ele traz aqui um fluxo de consciência de como apreendemos a realidade:

E nos mostra que temos uma grande barreira entre o ego e a consciência pura, porque o ego tende a distorcer muito a realidade (é preciso destruir o dogma que temos de conceber as coisas à nossa maneira).

 

Da passividade à postura ativa

A Medicina Integrativa atua mais na causa da integridade do que na patologia propriamente dita. Ela trabalha no sentido de melhorar a qualidade da sua vivência e da sua vida. A vivência é a qualidade da mente e a vida é composta de quatro pontos: respiração, urinar e defecar, alimentação e descanso. Assim, a vivência precisa da vida.

Ainda nesta concepção, faz-se necessário sair do estigma de que o paciente é um doente que precisa de tratamento e passar à visão de treinamento mental, em que a pessoa se mune de seus próprios recursos.

Por fim, comenta que a enfermidade muitas vezes se apresenta num viés positivo no sentido de termos tempo para refletir sobre esses processos e nos reorganizarmos perante à nossa integridade. Particularmente, também penso que as enfermidades vêm no sentido de nos reintergrarmos e nos reconectarmos à nossa saúde e ao sentido da vida.

 

Deixo aqui meus agradecimentos à equipe do Sírio Libanês que nos presenteia mensalmente com palestras sobre o tema Práticas de Saúde Integrativas.

 

Sigam-me,

 

Cristina Monteiro – Psicóloga (PUC-SP), psicopedagoga (Instituto Sedes Sapientiae), psicanalista e instrutora de Mindfulness Baseado em Terapia Cognitiva (Mindfulness Based-on Cognitive Therapy – protocolo MBCT), em formação, pelo Mente Aberta (UNIFESP) em parceria com o Oxford Mindfulness Centre. Cursando especialização em Teorias e Técnicas em Cuidados Integrativos na UNIFESP. Palestrante e proprietária da empresa “Ponto de Diálogo e Reflexões”. Realiza atendimento com psicoterapia (Psicanálise) e com grupos (Programas de Mindfulness/Atenção Plena).

Contatem-me: contato@cristinamonteiro.com.br

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