A resiliência a partir do filme: “O Regresso”

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“O Regresso” se passa em 1822, no oeste americano. Seu personagem principal, Hugh Glass (Leonardo DiCaprio), nos traz algumas lições belíssimas sobre como ser resiliente para a vida em situações de constante ameaça de sobrevivência.

A primeira apresentação da resiliência é sob forma de sobrevivência. No enredo, as vidas são ameaçadas a todo momento pela natureza, pelos animais selvagens e por homens de outras tribos ou até da mesma tribo. A urgência e a necessidade levam homens e animais a disputarem lado a lado.

A resiliência, no quesito superação e sobrevivência, aparece aqui no personagem principal sob o aspecto dos seus “valores”, ao resgatar ditados transmitidos pela família. Eles se constituem em verdadeiros pilares de sustentação para a vida e isso foi bastante marcante na vida de Glass. Na trama, apareceu sob a forma imagética de pensar-se como árvore: raízes fortes formam troncos que aguentam e se tornam estáveis frente às intempéries. Força na base e flexibilidade para a continuidade da vida.

A importância dada à família, como maior fonte de pertencimento, leva-o a lutar por si e por outros. Os valores, então, estenderam-se ao grupo, firmando a lealdade e o construir conjuntamente. O poder da palavra selada, a confiança e a cumplicidade eram o próprio sentido do grupo. Resiliência apresentou-se enquanto construção, laço e pacto social. Existência em coesão: coexistência.

Por fim, a religião aparece como a confiança em “algo maior” e aceitação da impotência humana da raiva e vingança, minimizada em nossas forças vis e vãs, diante da magnitude da vida.

Assim, quem não desenvolve diversas formas de resiliência acaba por ater-se à luta pela sobrevivência, assemelhando-se ao comportamento animal, tal como o parceiro John Fitzgerald. Os demais aspectos da resiliência nos levam a caminhos mais abrangentes, como o da transcendência, em que a fortaleza se encontra além dos limites físicos, envolvendo valores como família, grupo, respeito, lealdade, empatia, sentido de vida, religião e religiosidade.

Transcender é ser a própria imagem de árvore que Glass trazia consigo. Sem concretude, mas com toda a presença de enraizamentos e flexibilidades que a vida nos prova a ter.

CrisM.

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