Tenho acompanhado bastante artigos sobre a mudança no mundo do trabalho e mesmo no mundo real. É evidente que quanto mais nos apegamos a certezas, mais desprotegidos estamos. Mas acreditar que a solução é entrar de cabeça no ritmo acelerado, começar diversas atividades sem terminar, não elaborar processos e apenas seguir em frente pode ser uma atitude bastante errônea. Isso é o que viemos fazendo nos últimos anos: seguindo o fluxo e, junto a isso, enlouquecendo, matando uns aos outros, tendo como norte o sucesso a qualquer custo, para não dizer que muitos adotaram o capitalismo como religião.
A grande questão é que esse movimento frenético pode ser bom para os negócios, mas é péssimo para a humanidade. Se por um lado acreditamos na evolução e buscamos a qualquer custo algo que nos dê esse sentido, por outro é preciso resgatar o que há de humano nesse mecanismo automático de ser.
Diria, com segurança, que não há nada de humano em todo esse processo. De fato, a vida está no movimento, na integração, e na elaboração e não nas certezas, mas para haver vida humana é preciso haver consciência. E o estado de consciência só emerge quando estamos em profundo contato com as questões mais profundas, com a nossa essência. Se vivemos uma vida em que esse contato não existe, o que podemos esperar? Que apenas sejamos marionetes dos sistemas que aí estão. É importante saber quais são seus valores e para onde você caminha. Senão, você será apenas um fluxo, algo utilitário, desprovido de qualquer humanidade.
Nesse momento de crise humanitária, considero a importância de buscar valores que realmente nos conectem à vida, tais como a Filosofia, a Psicanálise e as religiões como maneiras de compreensão de como é possível ser e estar no mundo. Destaco inclusive o Mindfulness/Atenção Plena, inaugurado por Jon Kabat-Zinn, por exemplo nos oferece uma perspectiva filosófico-existencial de sabedoria oriental em conexão com a ciência ocidental contemporânea, na qual nos conectamos realmente com a natureza humana, por meio das atitudes que o regem:
- Mente de principiante – mente de uma criança, curiosa, que explora e vê tudo como se fosse a primeira vez.
- Aceitação – não consiste em resignação, mas em não brigar por acreditar que as coisas são diferentes do que deveriam ser.
- Confiança – confiar tanto que a verdade está dentro de cada um de nós e não numa referência externa, bem como em nosso próprio corpo.
- Abrir mão/Desapegar – é importante reconhecer quando é necessário e positivo desapegar e aceitar as perdas como parte da vida.
- Não-esforço – compreender que é possível – e muito válido – viver de um modo diferente de ficar só atingindo objetivos, com base em processos.
- Paciência – a pressa em realizar alguns processos pode servir como barreira ao próprio processo. É importante ter a mente pacífica.
- Não-julgamento – permite-nos ver e ouvir de outro modo, sem essas barreiras iniciais, ao mesmo tempo em que não negamos a importância do discernimento.
Convido vocês para conhecerem um pouco sobre Mindfulness, seja em livros, aplicativos ou em programas de Mindfulness. O ideal é começar pelo programa de Mindfulness, em que serão esclarecidas dúvidas e a prática é começada em grupo, com treino e instrutor. Depois deve-se complementar tal aprendizado com as leituras, vídeos e, notadamente, as práticas formais e informais de Mindfulness.
Neste ano, ministrei cinco programas de Mindfulness online e acompanhei o desenvolvimento de diversos participantes que se esforçaram para que, nesse momento de tanta incerteza e instabilidade social e se mantiveram fortes, presentes e persistentes nesse processo. Convido você para experienciar esse processo e já se inscrever para as próximas turmas:
contato@cristinamonteiro.com.br.
Referências:
https://www.linkedin.com/pulse/acabou-o-mundo-vuca-conhe%C3%A7a-bani-alberto-roitman
https://www.youtube.com/watch?v=f62vsAzLLpM&t=7s – vídeo sobre as 9 atitudes de mindfulness, por Jon Kabat-Zinn
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Cristina Monteiro – Psicóloga (PUC-SP), psicopedagoga (Instituto Sedes Sapientiae), psicanalista e instrutora de Mindfulness Baseado em Terapia Cognitiva (Mindfulness Based-on Cognitive Therapy – protocolo MBCT), em formação, pelo Mente Aberta (UNIFESP) em parceria com o Oxford Mindfulness Centre. Cursando especialização em Teorias e Técnicas em Cuidados Integrativos na UNIFESP. Palestrante e proprietária da empresa “Ponto de Diálogo e Reflexões”. Realiza atendimento com psicoterapia (Psicanálise) e com grupos (Programas de Mindfulness/Atenção Plena).
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Instagram: cristinamonteiro_psicologa
