Destino ou propósito de vida?

Resenha do documentário: “QUEM SOMOS NÓS?”

Direção: William Arntz, Betsy Chasse & Mark Vicente

Este documentário aborda uma reflexão a partir da apresentação de um novo paradigma que diverge do paradigma vigente – e dos anteriores – onde a ciência ou a religião ditavam normas. Conforme essa nova perspectiva, tais paradigmas deixavam o homem pouco apropriado de si mesmo, já que ou este se encontrava muito distante de um ser superior e transcendente criador de tudo (religião) ou acabava tendo que se limitar a uma visão determinista (ciência).

Dentre as diversas críticas à religião, destaco a frase: “Pedir para um homem explicar Deus é como pedir para um peixe explicar a água em que vive.” – arrogância do homem ao querer explicar Deus.

Este novo paradigma vem nos apresentar a nossa verdadeira potência que está no fato de nos conhecermos verdadeiramente, compreender que estamos todos conectados (permeada pela Espiritualidade) e que, ao nos revermos enquanto “observadores” da realidade, precisamos ser efetivamente incluídos como seus co-criadores. E finaliza com a noção de que o nosso propósito pode – e deve – ser pautada na premissa de sermos criadores da nossa realidade – e de outras realidades, reconhecendo a responsabilidade aí atrelada – e, ainda assim, compreender que o real sentido da vida é ser um mistério.

O que rege agora é a visão da Física Quântica que trabalha com a noção de campos quânticos vibracionais e da interrelação entre eles, reconstruindo a noção de átomo como algo não-objetal (concreto), mas como tendências e possibilidades. “Não tome as coisas como verdades absolutas. Experimente.” Esse é o lema revolucionário do novo paradigma.

A quebra da noção de si enquanto observador da realidade é expressa na frase: “Não existe um lá fora independente do que está acontecendo aqui.” Somado a isso, temos a clareza de que o que chega à consciência é o que faz mais sentido para aquele que a vivencia. E, portanto, nós criamos a realidade e só conseguimos ver aquilo que nos faz sentido (aqui a questão do “enxergar” é explorada para além dos olhos e da conexão entre esses e os circuitos cerebrais).

Registrei mais algumas frases bastante impactantes no filme: quando ele traz os questionamentos iniciais: “Quem somos?”, “Por que estamos aqui…”, ele acrescenta algo diferente: “O que devemos fazer?”, que atravessa uma visão filosófica meramente reflexiva e nos coloca a pensar sobre as nossas atitudes e as crenças que as conduzem, além de nos conectar com a visão de propósito, conforme mencionado anteriormente.

O impacto das nossas crenças aparece nessa outra citação: “Muitas pessoas não mudam a realidade porque não acreditam que possam fazer isso.”

Quando temos questões limitantes em relação à nossa identidade, por exemplo, vivemos de ilusões ruins sobre nós mesmos; com isso, deixamos de existir nas redes cerebrais que nos conectam com a vida. Nesse âmbito, a ausência de controle do nosso estado mental faz com que fiquemos viciados nele. Temos aqui um cenário propício para doenças mentais como a depressão, por exemplo, em que fica muito difícil o sujeito conseguir acreditar em algo positivo que pouco se conecta com o mundo negativo e pessimista em que vive. E a frase que menciona “somos muito mais do que pensamos” é extremamente reveladora, pois permite que ampliemos as barreiras causadas pelas crenças que temos acerca de nossa identidade.

Por fim, ele nos convida, como criadores da nossa vida e do nosso dia a dia, a criar um campo quântico e focar naquilo que queremos. E ele acrescenta: “Quando mudarmos a forma de vermos as coisas estaremos iluminados.” Ao final do documentário ele menciona que ao chegarmos ao final da vida, indagaremo-nos: “Tornamo-nos cientistas da nossa vida?” “O que você se tornou?” – por uma vida intencional e repleta de significados!

 

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Cristina Monteiro – Psicóloga (PUC-SP), psicopedagoga (Instituto Sedes Sapientiae), psicanalista e instrutora de Mindfulness Baseado em Terapia Cognitiva (Mindfulness Based-on Cognitive Therapy – protocolo MBCT), em formação, pelo Mente Aberta (UNIFESP) em parceria com o Oxford Mindfulness Centre. Cursando especialização em Teorias e Técnicas em Cuidados Integrativos na UNIFESP. Palestrante e proprietária da empresa “Ponto de Diálogo e Reflexões”. Realiza atendimento com psicoterapia (Psicanálise) e com grupos (Programas de Mindfulness/Atenção Plena).

contato@cristinamonteiro.com.br

Instagram: cristinamonteiro_psicologa

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