Programa de Mindfulness Baseado na Terapia Cognitiva (MBCT)

Quando nos libertamos da tirania da mente pensante, a mente desenvolve a estabilidade e se engaja menos no conteúdo do pensamento, fortalecendo a habilidade de concentração, bem como a tranquilidade.

Início

Mindfulness, ou Atenção Plena, pode ser compreendido como um estado mental de consciência, bem-estar e plenitude que implica em prestar atenção a como prestamos atenção, em outros termos: ter gentileza ao ato de prestar atenção a nós mesmos e ao momento presente.

Mais do que técnicas formais e informais de meditação, o Mindfulness consiste num estilo de vida em que mente e corpo passam a estar plenamente integrados, bem como as práticas cotidianas passam a ser revistas e utilizadas de maneira consciente e construtiva. Em síntese, as principais atitudes de suporte à prática de mindfulness, de acordo com Jon Kabat-Zinn são: mente de principiante; confiança; não-esforço; aceitação; paciência; abrir mão/desapego e não-julgamento.

Para apreendermos tais atitudes, foram desenvolvidos programas de Mindfulness, com o intuito didático e terapêutico. O primeiro dos programas de Mindfulness foi o MBSR (Mindfulness Based-on Stress Reduction), desenvolvido por John Kabat-Zinn (universidade de Massachussets), abrangendo técnicas de meditação focadas na respiração consciente em pacientes com dor física crônica. Os pacientes, agora participantes, ingressaram na jornada de se tornarem mais conscientes da sua experiência no momento presente e perceberam-se ativos e efetivos em seu processo de cura.

Interessados nos efeitos proporcionados pelo programa MBSR, três colegas se uniram para fundar o programa MBCT (Mindfulness Based-on Cognitive Therapy): Zindel Segal (Toronto), John Teasdale (Cambridge) e Mark Williams (Oxford), tendo por principal enfoque evitar recaídas de depressão em pessoas vulneráveis. Fenômenos como “ruminação” e “reatividade cognitiva” são frequentes em pacientes com depressão, e evidenciam forte conexão entre o estado rebaixado de humor e os pensamentos negativos o que aumenta as chances de recaída. Assim, mesmo tendo se recuperado, repetiam-se as recaídas de modo intenso e desproporcional ao evento causador (gatilho).

O programa MBCT visou proporcionar uma nova relação dos participantes consigo mesmos a partir da experiência da atenção plena e da compreensão cognitiva dos eventos mentais, de modo a quebrar esse ciclo de espiral descendente. Ele inclui educação básica sobre depressão (auxiliado pela TCC (Terapia Cognitivo-Comportamental) e possibilita a seus pacientes reconhecerem a conexão entre pensamentos, sentimentos e estados de humor). Oferece, portanto, uma alternativa aos fatores mantenedores de episódios depressivos que estimulam a elaboração excessiva do sofrimento e mesmo o ato de evitá-lo.

 

Peculiaridades

O MBCT é uma prática terapêutica complementar e também se constitui uma estratégia efetiva para aqueles que não se beneficiaram de outras abordagens de terapia. Num ambiente clínico, pode promover uma alternativa à medicação a longo prazo para aqueles que sofrem de depressão recorrente.

Diferentemente da TCC, o programa MBCT não tenta alterar o conteúdo dos pensamentos. Ele nos ajuda a ter uma nova relação com nossos conteúdos mentais, a partir de uma compreensão mais abrangente da própria mente (pensamentos, sentimentos, sensações corporais, impulsos e emoções), e atua no sentido da experiência, do reconhecimento da transitoriedade dos estados mentais.

A partir disso, há uma mudança de relacionamento com a experiência interna: ao trabalhar a questão do descentramento, ou seja, ameniza a ideia de um ego (“eu”) muito importante e relativa às “verdades” que a pessoa carrega sobre si mesma. Com isso, entra em cena a clareza sobre os padrões mentais, o reconhecimento das alterações de humor diante da ruminação ou da análise demasiada de um problema e a saída da posição de “vítima” para a de “observador” deste cenário. Ao ser um “observador”, é possível permitir a presença de pensamentos, emoções e sensações angustiantes sem travar uma batalha mental contra eles.

 

Objetivos do Programa MBCT

  • Conhecer os principais aspectos do curso de oito semanas, verificando os princípios que o regem e como se conectar a eles tanto pela compreensão como pela experiência;
  • Aprender a cultivar a consciência mindful por meio de práticas formais (treinadas durante o processo) e informais (práticas cotidianas), silêncios e diálogos inovadores (aprender a se escutar, ter gentileza e mudar o diálogo interno);
  • Explorar os padrões mentais – observar pensamentos, sentimentos, emoções e impulsos – bem como atitudes e comportamentos decorrentes destes, com intuito de melhoria da relação com os estados mentais e, consequentemente, melhora da saúde mental;
  • Compreender que a prática de mindfulness em nosso dia a dia pode transformar a nossa relação com as situações tidas como difíceis, prestando atenção ao modo como lidamos com elas;
  • Ter um instrutor que servirá como um guia para esse processo, usando uma linguagem que convide a consciência, exploração, interesse, investigação amigável da experiência de momento a momento.

Para mais informações sobre o programa MBCT, entre em contato comigo.

 

Siga-me,

 

Cristina Monteiro – Psicóloga (PUC-SP), psicopedagoga (Instituto Sedes Sapientiae), psicanalista e instrutora de Mindfulness Baseado em Terapia Cognitiva (Mindfulness Based-on Cognitive Therapy – protocolo MBCT), em formação, pelo Mente Aberta (UNIFESP) em parceria com o Oxford Mindfulness Centre. Cursando especialização em Teorias e Técnicas em Cuidados Integrativos na UNIFESP. Palestrante e proprietária da empresa “Ponto de Diálogo e Reflexões”. Realiza atendimento com psicoterapia (Psicanálise) e com grupos (Programas de Mindfulness/Atenção Plena).

contato@cristinamonteiro.com.br

Instagram: cristinamonteiro_psicologa

1 comentário


  1. A maior e melhor mostra do que se trata MBCT: seus primórdios e desenvolvimento , sua aplicação nos levando a uma consciência atenta à vida.

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