Somos essencialmente altruístas ou egoístas?

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Este documentário trata de inúmeras pesquisas realizadas e que comprovam que essencialmente somos altruístas: estamos aptos a ajudar outras pessoas e nos sentimos bem com isso. O que ocorre é que muitas vezes, por questões sociais e educacionais, acabamos por aprender a nos tornar egoístas e acreditar que este caminho é mais seguro.

Se pararmos para pensar um pouco, costumamos dar mais atenção a comentários que começam com “cuidado”, “não deixe que…” do que com aqueles que são positivos. A vida adulta nos faz temer, ser cauteloso, desconfiar, muito mais do que éramos quando éramos crianças pequenas. E se isso pode ser visto como necessário, também pode ser muito doentio.

Quanto mais nos tornamos e nos vemos separados do mundo, mais temos a concepção de que precisamos nos proteger. A partir dessa ideia de separação, classificamos aquilo que vemos em: “gosto”, “não gosto” e “neutro”. Segundo este documentário, essa é a principal raiz de todos os males que vivemos, porque aí o diferente é visto como algo a ser evitado e quiçá destruído, enquanto nos mantemos “fiéis” aos semelhantes, que aparentemente sempre nos protege.

O que vivemos hoje mostra muito essa noção de falsa proteção. Vemos hoje uma infinidade de pessoas que focam estritamente em conseguir resultados para si – e são bastante ansiosas e workaholics -, bem como muitas outras que sofrem de depressão – por se sentirem muito diferentes, pouco adaptáveis e “desencaixadas” – ambas estão desconectadas da ideia de pertencimento social. Ambas vivem como se o que acontecesse no mundo independesse delas. Perdem a noção de que são parte de um todo e de que os fenômenos estão interligados, além de serem impermanentes e imprevisíveis.

E quem hoje não se vê, pelo menos em algum aspecto, em algum desses extremos: ansiedade ou depressão?

Estamos todos concentrados nas extremidades da gangorra da vida. Ao chegarmos perto do centro, poderíamos viver o equilíbrio, não apenas internamente, mas teríamos a experiência da equanimidade, aparentemente ilusória e quimérica, muito mais real do que a percepção que criamos da vida, de nós mesmos e dos outros. Conseguiríamos reconhecer que a vida plena vai muito além do “gosto”, “não gosto” e “neutro”. Vai muito além dos sete pecados capitais que nos aprisionam e nos apequenam.

A vida plena começa com eu sou/estou. Ela não exclui, não avalia, não qualifica. Encontramos o real significado da vida no servir, no entregar-se, no não esperar em troca… Estamos ali, vivendo a experiência, reconhecendo o outro na sua essência, tal como é a nossa. Aí sim está o real significado da vida. E como reencontrá-lo?

Ao reconhecer que temos responsabilidade por outras pessoas e como temos ignorado essa responsabilidade pela maior parte de nossas vidas, como o caso de Sam Polk, apresentado no filme, o milionário que repensou a vida e redirecionou suas ações para uma vida realmente significativa.

 

Grande abraço,

 

Cristina Monteiro – Psicóloga Clínica, Psicopedagoga, Coach (Resiliência) e Instrutora de Mindfulness. Escritora (crônicas literárias, artigos acadêmicos e profissionais). Atende na Clínica com Psicoterapia (enfoque psicanalítico) e Coaching em Resiliência (controle do estresse). Ministra palestras e treinamentos comportamentais em nome da sua empresa (Ponto de Palestras e Treinamentos). Escreve semanalmente neste blog. Acompanhe.

Contato: contato@cristinamonteiro.com.br

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