2019

A falta é a fome da vida

A falta é a fome da vida

Costumo notar que toda situação tem sempre dois aspectos: o aspecto subjetivo e o aspecto objetivo. Numa análise social, as pessoas costumam averiguar apenas questões de ordem objetiva. Mas, a meu ver, sempre fica faltando uma parte muito importante, que não se explica apenas pelos fatos em si. Poderia arriscar afirmar que é algo além, ou mesmo anterior, algo de base que coordena todo o processo antes mesmo dele existir. Buda Shakyamuni dizia que antes de qualquer coisa existir na realidade concreta (objetiva) ela já Continue lendo

Felicidade não se consome

Felicidade não se consome

Assisti ontem a uma palestra muito interessante intitulada “A tirania da Felicidade e o Mundo do Trabalho – O Desafio da Mudança”, do filósofo Luiz Felipe Pondé, no Esporte Clube Pinheiros, em São Paulo. Digo “interessante” não porque saí mais feliz e leve, pelo contrário, porque ela trouxe, junto a dados de realidade, o desafio de pensar o hoje e o amanhã que temos para viver. Vou passar aqui um pouco da minha visão sobre os ensinamentos transmitidos.   Cenário da “tirania da felicidade” O Continue lendo

Você é quem você se diz ser?

Você é quem você se diz ser?

Breve análise psicanalítica do Filme: “A Mula” O filme “A Mula”, de Clint Eastwood, trata de questões humanas fundamentais como vida, família, ganância, arrependimento, culpa, responsabilidade, dor, tristeza, morte. Mas o que me instigou a abordar este filme foi a questão do sentido da vida do protagonista, Leo Sharp (Clint Eastwood), que pôde se constituir ao lidar com o fato de assumir a responsabilidade pelos seus atos e, com isso, instituir-se como sujeito da sua história. O conceito de sujeito em Psicanálise difere da concepção Continue lendo

A doença como metáfora

A doença como metáfora

“Os corpos se curam a si mesmos; nós podemos apenas ajudá-los.” Osho   Convido vocês a refletirem sobre a atitude que têm frente a si mesmos quando se percebem doentes. Neste post, baseado em documentários como “O Médico Indiano” e “Heal: O poder da mente” e em algumas leituras, convido-os a repensar de modo científico e espiritual sua relação com as doenças, bem como a reconhecer como pensamentos, crenças e emoções têm um enorme impacto em nossa saúde e capacidade de cura.   Doença como enclausuramento Continue lendo

O poder do depoimento

O poder do depoimento

É sempre importante termos feedbacks, ouvirmos a experiência do outro. Com isso, perceber em que é possível ajudar, além de ajudar que o outro reconheça aquilo que o limita e o que  amplia os aprendizados para a sua vida. A seguir, um depoimento de um mini-coaching realizado recentemente, com foco em resiliência.   Como foi pra você a oportunidade de ter participado do mini-coaching em Resiliência?  Foi muito interessante. Eu me deparei com questões que não tinha conhecimento.   Como foi para você a estrutura Continue lendo

Verdade: será que podemos ver?

Verdade: será que podemos ver?

Dogville e a busca pela Verdade   Dogville atualmente é uma adaptação teatral do filme de Lars Von Trier que aborda a história da busca das pessoas pela “Verdade”. E a verdade, no campo social, vem sempre acompanhada pelas ideias de moral e pela justiça. A busca pela verdade leva as pessoas a se revelarem da maneira mais nua e crua possível. Com a mente cheia de dúvidas e medos, criam-se ambientes sombrios e bodes expiatórios na tentativa de buscar a proteção. A personagem principal, Continue lendo

Missão de vida: viver para quê?

Missão de vida: viver para quê?

Breve análise do filme: “Nasce uma estrela”    Missão de vida O filme “Nasce uma estrela” revela uma história de amor, dor e resiliência. A base para o enredo é a frase que o personagem principal repete como sua missão de vida: “Para ser uma estrela, você precisa ter algo a dizer”. Os personagens principais Jackson Maine (Bradley Cooper) e Ally (Lady Gaga) tinham em comum este lema: de terem algo a dizer. E esse “dizer” era poético: era “cantado”. E assim se tornaram muito Continue lendo

Plenitude ou falta: uma questão de escolha

Plenitude ou falta: uma questão de escolha

Em um outro post, desenvolvi a ideia de que os seres humanos são seres que nascem altruístas e compassivos, ou seja, é da natureza humana termos compaixão. Muitas vezes é possível percebê-lo em bebês e em algumas crianças bem pequenas. Mas por que tal atitude, tão importante, tende a perder sua força ao longo da vida?   O que significa compaixão? Compaixão pode ser definida como uma conexão genuína com o sofrimento do outro e que implica aquele que sente numa atitude proativa pautada no Continue lendo

A resiliência pela sabedoria

A resiliência pela sabedoria

“Mogli: entre dois mundos” é uma releitura do clássico Mogli lançado inicialmente na obra “O Livro da Selva” em 1894 por Rudyard Kipling. O filme conta a história de Mogli quando, ainda bebê, fica órfão quando seus pais são devorados por um tigre na selva. Ele então passa a ser criado por lobos. Enquanto muitos se perguntam se ele deve ser considerado animal ou humano, o que quero abordar nesta análise e justamente o poder da resiliência que ele obteve por transitar entre os dois Continue lendo

Bird Box – Depressão: enfrentamento e cura

Bird Box – Depressão: enfrentamento e cura

O filme Bird Box estreado por Netflix conta uma história baseada em metáforas. As metáforas se dão em diversos âmbitos, mas elas nos aparecem inicialmente envolvendo os nossos sentidos. É preciso repensar então o enxergar e o ouvir. Vamos aqui a algumas reflexões que o filme nos traz:   O que as pessoas não podiam ver? Se era tão extasiante ver, por que ao ver as pessoas se matavam e matavam outras? O que elas deviam ouvir? O que elas deviam recusar? Qual o papel Continue lendo