Meditação e coragem: um caminho para a vida

“O resgate dos garotos da caverna tailandesa é um triunfo de bravura, perícia e amor.”

Suzanne Moore

 

O ocorrido na caverna da Tailândia com os jovens membros do time de Javali entre os meninos e seu treinador – Ekaphol Chantawong – ganhou força em diversas manchetes de jornais e revistas por todo o mundo nas últimas semanas. Quase trezentas horas se passaram na aventura vivida por eles, presos por inundações de monções, totalmente isolados do mundo exterior.

Todos reconheciam no treinador um líder não autoritário, que conquistava respeito e confiança por meio de suas atitudes com o grupo. A prática de meditação enquanto monge budista proporcionou-lhe o atingimento do equilíbrio interior e a coerência entre o pensar, o falar e o agir. Deste modo, sua liderança era autêntica, íntegra e pacífica.

No momento em que nos deparamos como situações limítrofes, como a que eles se encontravam, as vulnerabilidades ganham força. No entanto, se por um lado uma mente não treinada usa a vulnerabilidade para gerar confusões, ampliar medos e denegrir ainda mais a situação, uma mente treinada – em meditação – auxilia no controle e no foco em algo virtuoso, pacífico e positivo, na aceitação plena de toda a situação, no não-julgamento e no uso correto dos recursos disponíveis, tanto internos quanto externos.

Além disso, outras posturas também podem ser consideradas resilientes, tais como aceitar tais situações como desafios e não como problemas, a confiança em si e no outro, a mudança de foco de si para o outro, o respeito e a tolerância com a própria vulnerabilidade e com a dor alheia, o afago emocional e psíquico por meio do compartilhar. Segundo especialistas outras vantagens foram: a juventude, a identidade do grupo e a experiência do treinador com a meditação.

As crianças puderam reconhecer que o seu treinador estava fazendo algo para ajudá-las. Apesar de estarem presos na caverna, a meditação ajudou-os a reconhecer que não estavam presos quanto à administração de seu estado mental, permitindo, assim, que seus pensamentos negativos e medrosos fluíssem, ao invés de lutar contra o medo. Compreenda mais sobre a nossa verdadeira prisão mental neste outro post.

Todos esses recursos funcionam como um paraquedas de suporte para esses momentos e podem ser utilizados desde que tenham sido previamente cultivados (como no caso da meditação, em que a própria palavra significa cultivo).

Evidente que eles estavam potencialmente em risco, ao mesmo tempo em que, por contarem com o apoio de uma liderança segura, consideravam-se e tornavam-se seguros. A estabilidade interna proporcionou um aumento da resiliência e na adaptação enquanto os recursos externos pudessem ser efetivos. Daí o potencial enorme que nossas mentes têm e que muitas vezes nos é negligenciado ou mesmo nem reconhecido por não sermos educados para percebê-lo.

Que essa história sirva de exemplo para buscarmos com seriedade e afinco nosso verdadeiro tesouro dentro de nós mesmos.

 

Referências:

 

Brother Ekk: Thai coach who put players first right to the end. Disponível em: <https://www.theguardian.com/news/2018/jul/10/brother-ekk-thai-coach-who-put-players-first-right-to-the-end>, acesso em 12/07/2018.

 

Buddhist meditation may calm team trapped in Thai cave. Disponível em: <https://www.washingtonpost.com/world/asia_pacific/buddhist-meditation-may-calm-team-trapped-in-thai-cave/2018/07/05/8a827ee0-80c4-11e8-a63f-7b5d2aba7ac5_story.html?noredirect=on&utm_term=.71039caa3be5>, acesso em 12/07/2018.

 

Sigam-me,

 

Cristina Monteiro – Psicóloga, Psicopedagoga, Coach, Palestrante, Psicanalista. Atende na Clínica com Psicoterapia (enfoque psicanalítico) e Coaching em Resiliência (controle do estresse). Ministra palestras e treinamentos comportamentais em nome da sua empresa (Ponto de Palestras e Treinamentos). Escreve semanalmente neste blog. Acompanhe.

Contate-me: contato@cristinamonteiro.com.br

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