Leonardo da Vinci & Mindfulness

“Existem três tipos de pessoas: as que veem, as que veem quando alguém lhes mostra e as que não veem.” Leonardo da Vinci

 

Ao longo da vida, Leonardo da Vinci, um dos maiores gênios que a humanidade recebeu, ficou encantado com o equilíbrio proporcionado pelo sentido entre a beleza e a natureza.

Confesso que fiquei particularmente, bastante impactada com algumas pinceladas de sua visão de mundo, tão próxima do mindfulness, que resolvi divagar um pouco sobre as conexões entre nossos mundos.

Dividi em trechos temas que considerei semelhantes. E montei meu cenário mindfulness-arte a partir da experiência da exposição. Acompanhem meus comentários abaixo das frases de Da Vinci (em itálico):

  • A arte nunca é terminada, apenas abandonada.
    • Viver o aqui e agora não significa que você está negando passado e futuro. Pelo contrário: você está considerando a continuidade da vida no instante em que assume totalmente a responsabilidade pelo momento presente.
  • A escuridão é a ausência de luz. A sombra é a diminuição da luz.
    • Quando somos dominados pelas nossas emoções e por nossos estados mentais negativos, temos a mente tomada intensamente. Quando conseguimos nos tornar observador e objeto observado, pela prática constante de mindfulness, é possível ver os estados mentais enquanto sombras.
  • Já há muito tempo atentei para o fato de que as pessoas de grandes realizações raramente relaxam e deixam as coisas acontecerem para elas. Elas correm atrás e fazem acontecer.
  • Fico impressionado com a urgência do fazer.
  • O ferro enferruja, a água parada, fica estagnada. A inação enfraquece o rigor da mente.
  • A inação enfraquece o rigor da mente.
    • Mindfulness nos ensina que a vida é a arte de viver o presente e fazer acontecer diante do encontro entre as nossas possibilidades internas (potencialidades) e externas (ambiente).
  • A prática deve ser sempre baseada em um conhecimento sólido da teoria.
    • Apesar de o mindfulness parecer algo facilmente aplicável como uma técnica dentre outras, vale sempre lembrar que ele advém de uma profunda sabedoria (budismo aliado à terapia cognitiva).
  • A simplicidade é a suprema sofisticação.
    • Mindfulness é viver a essência da simplicidade da vida. No entanto, ser simples é diferente de ser fácil.
  • A vida sem amor não é vida.
  • A suprema desgraça é quando a teoria supera a execução.
    • Não é possível compreender mindfulness apenas nos livros. A essência está na prática constante.
    • Sem interação e sem compaixão, não há mindfulness e não há vida.
  • Com o tempo e com a água, tudo muda.
  • Acordei apenas para descobrir que o resto do mundo ainda dormia.
    • Buda significa “o desperto”. Aquele que despertou do sono da ignorância em que todos vivemos ao acreditarmos que o mundo é tal como se apresenta a nós. A realidade das coisas é a instabilidade proveniente da impermanência de todos os fenômenos.
  • Aprenda a enxergar. Perceba que tudo se conecta a todo o resto.
  • Minhas obras são resultado da experiência pura e simples.
    • A impermanência, somada ao fato de estarmos presentes na experiência, momento a momento e a uma análise de contexto adequada, faz-nos compreender a real conexão entre os fatos.
  • Uma vez que você tenha experimentado o voo, sempre andará na terra com os olhos voltados para o céu, pois lá você esteve e para lá sempre desejará voltar.
  • Aquele que mais possui é quem deve mais temer o que perde.
    • No mindfulness, quem consegue treinar a capacidade de estar presente, controlar a mente e direcionar-se para focos virtuosos, nunca se esquece de que a paz mora dentro de si.
  • O desejo pelo conhecimento é natural aos homens bons.
  • O prazer mais nobre é a alegria do entendimento.
  • Através dos olhos, toda a diversidade da natureza é representada para a alma.
  • O aprendizado é a única coisa de que a mente nunca se esgota.
    • O aprendizado constante e o olhar atento residem no que no mindfulness chamamos de mente de principiante, mente aberta, disposta à curiosidade e à criatividade.
  • Nada fortalece a autoridade tanto quanto o silêncio.
    • No mindfulness, compreendemos que não é tão simples assim controlar nossos estados mentais. Eles são, de fato, constantes barulhos internos. Mas, a partir do momento em que existe um desejo por este exercício, um treino focado em concentração na respiração e a tomada de consciência, é possível encontrar o silêncio e a paz.
  • Nada pode ser amado ou odiado sem antes ser compreendido.
    • É importante treinar a meditação diversas vezes, bem como ouvir a experiência alheia, como fazemos nos grupos de mindfulness, até aprender que a ideia de “mente vazia” e outros mitos não existem. O que existe e o que importa é o esforço de se conectar com esse constante trazer a consciência para o foco e compreender, em essência, a conexão corpo-mente proporcionada pela respiração.
  • O homem é o modelo do mundo.
  • Se você está só, pertence inteiramente a si mesmo.
  • Não se pode ter domínio maior ou menor do que de si próprio.
    • Muitas vezes durante os programas de mindfulness as pessoas se lembram de colegas que deveriam estar presentes e poderiam se beneficiar dos ensinamentos. Fico muito feliz em sugerirem o programa para os demais. No entanto, o mais importante é refletir para a experiência de que “você” está ali e que aquelas ferramentas poderão transformar a sua vida (a vida do outro é do outro).
  • A natureza nunca transgride suas próprias leis.
  • Não devemos desejar o impossível.
  • Como não se pode fazer o que deseja, deseje aquilo que se pode fazer.
    • O que seria o impossível?
      • Mudar o outro, ou mudar a realidade, sem antes mudar a si mesmo.
      • Querer que a realidade não mude…
      • Querer que os estados mentais negativos deixem de transitar.
      • Querer ser sereno 100% do tempo.
  • Aquele que não se opõe ao mal consente que o mal seja feito.
  • O olho engloba a beleza do mundo inteiro.
  • Todo nosso conhecimento tem origem em nossas percepções.
  • O órgão da percepção age mais prontamente que o julgamento.
    • No mindfulness trabalhamos bastante a questão da percepção. Treina-se, ao estar presente, como é sentir a vida. Sentir vem antes de julgar. Quando paramos para sentir podemos, por algum instante, suspender o julgamento imediato e assim, ele deixa de ser imediato e de ser mais importante do que o modo como a vida pode se apresentar para nós. Com isso, treinamos a autocompaixão e a compaixão.
  • O tempo permanece longo o suficiente para quem o aproveita.
  • Todo obstáculo é destruído pelo rigor.
  • Obstáculos não podem me esmagar, todo obstáculo conduz a uma rígida determinação.
    • No treino de mindfulness, reconhecemos que nosso maior obstáculo é o piloto automático em que vivemos, que nos impede de sentir o gosto da vida. Quando sentimos a vida, ela se torna atemporal.
  • Quem semeia virtude, colhe honra.
  • Que o seu trabalho esteja de acordo com seu propósito ou intenção.
    • Meu trabalho com programas de mindfulness (entre outros temas de autoconhecimento) está inteiramente de acordo com a minha intenção: proporcionar técnicas, reflexões e teorias sólidas que auxiliem as pessoas a encontrarem saúde mental e, com isso, tornarem-se mais felizes, resilientes, concentradas, conectadas e produtivas. Gratidão.

 

Referência:

Exposição do Leonardo da Vinci – 2020 – MIS.

 

Sigam-me,

 

Cristina Monteiro – Psicóloga (PUC-SP), psicopedagoga (Instituto Sedes Sapientiae), psicanalista e instrutora de Mindfulness Baseado em Terapia Cognitiva (Mindfulness Based-on Cognitive Therapy – protocolo MBCT), em formação, pelo Mente Aberta (UNIFESP) em parceria com o Oxford Mindfulness Centre. Cursando especialização em Teorias e Técnicas em Cuidados Integrativos na UNIFESP. Palestrante e proprietária da empresa “Ponto de Diálogo e Reflexões”. Realiza atendimento com psicoterapia (Psicanálise) e com grupos (Programas de Mindfulness/Atenção Plena).

Contatem-me: contato@cristinamonteiro.com.br

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